Rio de Janeiro, setembro de 2024 – Setembro é mundialmente reconhecido como um dos meses dedicados à conscientização sobre a saúde emocional e psicológica. O tema, que se mostra cada vez mais relevante, exige uma constante reavaliação tanto individual quanto organizacional. Para as empresas, é fundamental considerar que essas questões muitas vezes ultrapassam os limites pessoais e se estendem ao ambiente de trabalho. Embora muitos segmentos ofereçam salários atrativos e promessas de crescimento profissional, sem contrapartidas para uma boa qualidade de vida e equilíbrio entre as esferas pessoal e laboral, a carreira pode não compensar.
Com o aquecimento do setor offshore, a demanda por mão de obra tem crescido exponencialmente, ampliando as oportunidades de emprego. No entanto, essa atividade, comumente associada a um modo de vida distinto, exige mais do que preparo técnico. “Os altos salários desse segmento têm sido historicamente um forte chamariz; contudo, essa atratividade vem acompanhada de condições de trabalho que demandam uma avaliação cuidadosa. Mesmo com compensações financeiras tentadoras, é essencial ponderar os limites individuais. Muito mais do que um emprego, trabalhar offshore é um estilo de vida”, explica Glaucia Maciel, Diretora de RH da Seagems, empresa brasileira especializada em soluções de engenharia submarina.
Evolução em infraestrutura e benefícios
O setor offshore tem evoluído significativamente, especialmente no que diz respeito à infraestrutura e aos benefícios oferecidos. Nos navios atuais, projetados com maior foco na qualidade de vida, os funcionários usufruem de ambientes confortáveis, equipados com academias, salas de jogos, TV a cabo e alimentação de alta qualidade. Além disso, a presença de enfermarias bem estruturadas com profissionais capacitados e helicópteros de prontidão para desembarques urgentes contribui para a segurança dos colaboradores. O uso de tecnologia de comunicação também permite que esses profissionais mantenham contato com suas famílias, reduzindo o impacto de longos períodos de isolamento. No entanto, épocas festivas como Natal e Ano Novo continuam sendo momentos desafiadores para aqueles que não podem estar com suas famílias.
Apesar das diversas melhorias na infraestrutura, a realidade do trabalho offshore exige sacrifícios pessoais, como a ausência em datas comemorativas e a dependência das condições climáticas para emergências. Esses fatores enfatizam a importância de um acompanhamento próximo por parte das empresas, promovendo campanhas de conscientização sobre saúde mental de forma regular, não apenas durante este mês.
A Seagems, reconhecida por prêmios como Destaque em Saúde Emocional e Gestão Saudável do Great People Mental Health, lidera iniciativas voltadas ao bem-estar físico e emocional de seus empregados:
Entre as ações da empresa, destacam-se:
Plataforma de atendimento psicológico 24 horas;
Workshops e palestras focados na conscientização e prevenção de transtornos mentais e emocionais;
Infraestrutura moderna nas embarcações para amenizar o isolamento;
Assistente social disponível para suporte.
Glaucia enfatiza a importância de um olhar próximo, empático e atento para os funcionários: “Temos um compromisso contínuo com a saúde e bem-estar dos nossos empregados e, por isso, investimos em iniciativas de conscientização, manutenção e prevenção de toda e qualquer doença ou dificuldade emocional que eles possam enfrentar, ainda que nem todas estejam relacionadas ao trabalho em si”, explica.
Carlos Chamberelli, médico do trabalho na Seagems, observa que pessoas entre 20 e 40 anos costumam enfrentar mais dificuldade em lidar com questões emocionais. “Nossa equipe médica acompanha cada caso de perto, garantindo suporte personalizado a todos. O cotidiano nos escritórios e nos navios é marcado por um conjunto de estratégias para preservar e cuidar também da saúde mental”, afirma o médico.
O dia a dia nas embarcações
Michel Vieira, enfermeiro que atua na embarcação Ônix, relata que frequentemente é o primeiro contato para colaboradores que se sentem mal, e explica que muitos não reconhecem que seus sintomas podem ser crises emocionais. “Já aconteceu de pessoas irem até a enfermaria devido a taquicardias e dificuldades para respirar, achando que estavam com algum problema cardíaco quando, na verdade, era uma crise de ansiedade. É preciso ter um olhar sensível para essas situações”, explica o profissional.
Assim como todos os enfermeiros da companhia, Michel participa de treinamentos em primeiros socorros focados na saúde emocional, que envolvem técnicas de respiração e abordagens adequadas em crises. A empresa também incentiva, por meio de suas comunicações e programas internos, e com a colaboração de seus profissionais nas unidades, a prática regular de exercícios físicos e a adoção de uma alimentação balanceada. Adicionalmente, o acompanhamento frequente com psicólogos, disponibilizado como benefício, é fundamental para garantir um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal. Os colaboradores são estimulados a aproveitar os dias que não estão embarcados — na maioria dos casos cerca de 14 dias seguidos — para se conectarem com suas famílias.
Todos os atendimentos médicos realizados nas embarcações são documentados e relatados à companhia, permitindo que os profissionais de saúde em terra acompanhem as situações e façam intervenções adequadas quando necessário.
Michel também relata que as razões mais frequentes para questões emocionais enfrentadas a bordo muitas vezes estão ligadas a relacionamentos ou a problemas não resolvidos antes do embarque. A consciência de que algumas situações só poderão ser resolvidas após o retorno ao lar pode gerar significativa ansiedade nos trabalhadores. Também por isso a empresa promove a um ambiente onde a observação atenta dos colegas é incentivada, encorajando a comunicação sobre comportamentos diferenciados que possam indicar dificuldades emocionais.
Sinais de alerta
O enfermeiro da Seagems reforça que é crucial identificar sinais de alerta de dificuldades emocionais, pois uma crise de ansiedade pode manifestar-se por meio de taquicardia, tremores, sudorese, sensação de falta de ar, tontura e enjoos. Outros sintomas incluem tensão muscular, calafrios ou sensação de calor, despersonalização, irrealidade ou medo constante. Além disso, é essencial observar as diversas doenças emocionais, como a depressão, que requerem atenção cuidadosa e tratamento individualizado.
Foco no Cuidado e Bem-Estar na Gestão
Em 2023, a Seagems implementou o programa Adding by Subtracting, com o objetivo de simplificar processos para melhorar a produtividade e a qualidade de vida dos funcionários. A filosofia do programa baseia-se simplificação de processos ou eliminação de atividades supérfluas, otimização de rotinas diárias e adoção de soluções tecnológicas avançadas, incluindo IA. O programa é complementado pela plataforma Fiter, que mede o “Pulso de Felicidade” dos funcionários, proporcionando uma análise personalizada sobre o clima de trabalho e o desempenho individual.
Essas iniciativas reafirmam o compromisso da empresa em proporcionar um ambiente de trabalho que valorize não apenas o desempenho, mas também o conforto e bem-estar emocional de seus colaboradores.
Sobre a Seagems
Especializada em soluções práticas em engenharia submarina, a Seagems atua sobre e sob os mares, trazendo soluções às mais diversas demandas offshore da indústria de energia. Atualmente sua frota é composta por seis navios equipados com 12 veículos submarinos controlados remotamente (ROV). A empresa marca presença nas cidades do Rio de Janeiro, Rio das Ostras e Viena. É 100% brasileira e parte de uma joint venture entre duas multinacionais com importância ímpar nos seus mercados: a Sapura Energy Behard e a Paratus Energy Services Ltd.
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KATHARINA LAENDER DE PAULA
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