Pode-se afirmar sem dúvidas e baseado em diversos índices e estudos que a grande causa das diversas violências cometidas contra as mulheres tem como causa o sentimento de ciúme excessivo, a necessidade de controle sobre o outro. De acordo com a psicóloga, Karine Brock, existem sim vários tipos de ciúmes e isso vai depender principalmente de como a pessoa lida com esse sentimento, de como lida com as próprias emoções.
A profissional explica que a pessoa insegura tem dificuldade em lidar com relacionamentos e projeta essa insegurança no parceiro. Isso, devido a diversos fatores, incluindo uma situação de uma infância disfuncional, em que se conviveu com abandono ou pais que se relacionavam de forma abusiva e até mesmo a transtornos de personalidade, como Borderline – que é uma condição em que, entre outros sintomas, acarreta uma perturbação mental caracterizando instabilidade emocional, impulsividade e dificuldade em controlar os impulsos, e o TOC – Transtorno obsessivo compulsivo, que traz a necessidade o controle sobre diversos aspectos, também nos relacionamentos.
Ela destaca que esse ciúme patológico é muito perigoso, porque a necessidade de controle sobre a individualidade do outro traz uma violência psicológica progressiva, buscando saber com quem e onde o parceiro está o tempo inteiro, muitas vezes isolando esse parceiro de familiares, amigos e exercendo uma pressão, que destrói a mente desse parceiro, fazendo com que este se sinta culpado por coisas que não fez. Esta, por sua vez pode e geralmente progride para a violência patrimonial e física. A primeira ao impedir que o parceiro trabalhe, tenha sua renda, quebrando objetos e causando prejuízo financeiro para gerar uma dependência ainda maior no relacionamento, além é claro de todo um controle sobre atividades ocasionais da vítima, sempre se utilizando da chantagem emocional para dizer que essas ações são baseadas em amor e cuidado. Aqui se inclui a necessidade de acompanhar as redes sociais do parceiro e até de exigir suas senhas para livre acesso. Por fim, a violência física, que pode culminar em feminicídio, quando o parceiro decide por fim a essas situações e enfrentar o ciúme e a insegurança doentia. “O ciúme deixa de ser um ciúme ‘bobinho, infantil’ e passa a uma situação patológica, que é capaz de realmente causar a morte, movida por insegurança e sentimento de posse e é preciso estar sempre atenta aos sinais”, alerta Dra. Karine.
E quais são esses sinais? A psicóloga atenta para que os sinais sejam observados desde o início a fim de que seja possível romper o ciclo antes de um envolvimento sentimental ou até financeiro maior. Entre eles, ela destaca o controle de companhias, horários, comportamentos, roupas e necessidade de vetar as atividades individuais, tentando fazer com que o casal faça tudo junto, por medo das inseguranças na própria mente do indivíduo ciumento. Além disso, um sentimento de posse, como se a pessoa pertencesse unicamente ao outro, quando relacionamentos saudáveis devem se basear na parceria e estímulos de crescimento contínuo.
Para concluir, Dra. Karine Brock afirma que procurar ajuda psicológica é fundamental para que o ‘ciumento’ entenda porque age dessa maneira. Seja por insegurança, baixa autoestima, traumas ou disfunções já citadas, a ajuda profissional é o caminho para que esta pessoa possa se entender e agir de forma diferente. “Assim como também é o caminho para pessoas que passaram por esse abuso, por esse tipo de relação de dominação, que tantas vezes a fez questionar se realmente estava promovendo as reações do parceiro”, alerta a profissional.
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AMANDA MARIA SILVEIRA
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