O diagnóstico de câncer provoca uma verdadeira reviravolta na vida de qualquer pessoa e afeta não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional. Para as mulheres, o impacto do câncer na autoestima pode ser particularmente desafiador, especialmente quando o tratamento envolve alterações corporais significativas, como no caso do câncer de mama.
Tratamentos como quimioterapia, radioterapia e cirurgias invasivas são conhecidos pelos seus efeitos colaterais visíveis: a perda de cabelo, mudanças no peso, cicatrizes e a mastectomia. De acordo com a psicanalista Rachel Poubel, “cada uma dessas transformações pode causar um profundo abalo na autoestima de uma mulher, que passa a lidar com a sensação de que sua feminilidade está em jogo”.
Foi o que aconteceu com a pedagoga Andressa Piol, que foi diagnosticada com câncer de mama em 2017. “A minha relação com o cabelo sempre foi algo muito forte porque a vida toda eu tive cabelos longos, então, pensar que eu poderia ficar careca era algo surreal. Não quis usar o lenço, mandei fazer uma peruca porque me dava autoconfiança, me dava força, foi o que me ajudou com a autoestima. E além do cabelo também teve a questão da retirada da mama. Me ver sem o seio foi a parte mais difícil. Quando retirei as faixas após a cirurgia, e vi aquele buraco, foi devastador”, relatou.
Já a dona de casa Maria da Penha Ferreira Feu recebeu o diagnóstico da doença em 2019. Ela conta que a queda do cabelo foi sua primeira preocupação, mas, como sempre teve a autoestima elevada, conseguiu superar com mais tranquilidade. “A primeira pergunta que fiz ao médico foi se o meu cabelo iria cair, ele disse que sim, mas que voltaria a crescer e que o importante era eu fazer o tratamento e ficar curada. Foi nisso que eu me segurei e, como sempre tive uma autoestima muito boa, não abri mão dos cuidados com a aparência. Logo mandei fazer a peruca, comprei vários lenços, turbante, e sempre me mantive arrumada. Eu me gostei careca, achei que fiquei bem, mas não podia sair sem nada na cabeça por causa do sol. Mas logo pela manhã eu passava batom vermelho pra dar mais vida, base com cor, usava brincos, lápis no olhos e nas sobrancelhas porque caía todos os pelos. As pessoas já pensam que o câncer nos dá um diagnóstico de morte e se a gente não cuida da aparência aí que pensam que a gente vai morrer mesmo (risos)”, brincou.
Além das transformações físicas, o tratamento do câncer também exige uma resiliência emocional que, muitas vezes, não é discutida com a devida atenção. A sensação de vulnerabilidade, o medo da morte e a incerteza sobre o futuro afetam diretamente a saúde mental, podendo levar a estados de ansiedade, depressão e baixa autoestima.
Para a psicanalista, “o fato de muitas pessoas não cuidarem das emoções, não as prepara para enfrentar problemas fortes como uma doença. Deveríamos ser uma sociedade da medicina preventiva, com isso o cuidado e a saúde emocional seriam prioridades. Mas caso não haja essa prevenção é importante a pessoa pedir apoio, tanto de familiares como dos amigos. A mulher precisa se sentir amada e acolhida para que o processo seja o menos doloroso possível”, afirma a especialista.
Ainda de acordo com Poubel, “a mudança de hábitos também é fundamental. Eu aconselho uma técnica chamada Mindfulness, que quer dizer Atenção Plena. Ela faz com que a pessoa aprecie o momento. Deve fazer uma coisa de cada vez, por exemplo, se está almoçando, apenas almoce e não use o celular ou a TV, olhe o alimento, sinta o cheiro, o aprecie, ou seja, a atenção deve estar toda direcionada para aquele almoço. Outro exemplo é não usar telas, pelo menos meia hora antes de dormir porque isso acalma a mente. Em vez de telas, leia, pelo menos, uma página de um livro ou de uma revista para que sua mente desacelere. Uma mente desacelerada é uma mente calma e vai ajudar no tratamento porque vai ajudar a estabelecer conexão com o presente e suas emoções”, orienta a psicanalista.
Fé e família no processo de cura
Além dos tratamentos convencionais, o apego à fé e à família, são fundamentais para a recuperação das pacientes em tratamento contra o câncer.
“Estudos comprovam que pessoas que têm fé ou até as que recebem orações, se recuperam mais rápido. Quando você tem fé, você acredita no tratamento. Se acha que vai dar certo, vai te ajudar, e se não acredita, pode até atrapalhar”, esclarece Poubel.
Mesmo tendo encarado a doença de maneiras diferentes, Andressa e Maria da Penha concordam naquilo que foi essencial para alcançarem a cura.
“A primeira coisa que eu digo para quem vai passar pelo processo é buscar a Deus e acreditar. Depois é poder contar com uma rede de apoio. A minha família, principalmente o meu marido, foram fundamentais. E buscar ajuda fora, desabafar com amigos, se possível fazer uma terapia, buscar ajuda profissional para tratar as emoções”, disse Andressa.
“O que me ajudou a enfrentar esse processo, sem dúvida, foi a fé. A fé que tenho no Deus que me sustenta. É dEle que vem a minha alegria, a minha fé e é nEle que está a minha esperança. E também o apoio da minha família. Fé em Deus, família e amigos verdadeiros. Foi isso que me ajudou nesse processo de cura”, afirmou Maria da Penha.
Sobre a psicanalista
Rachel Poubel é uma renomada psicanalista e mentora de carreira, com mais de dez anos de experiência, e um histórico de mais de 3 mil vidas transformadas ao redor do mundo.
Em seus atendimentos, sua abordagem possui um método exclusivo que combina psicoterapia e coaching, capacitando indivíduos a alcançarem seus objetivos profissionais.
O público alvo da psicanalista são pessoas que queiram tratar emoções e problemas como ansiedade e burnout, por exemplo, e que desejam evoluir e descobrir seu propósito de vida.
Rachel Poubel atende em consultório, em Linhares, no Espírito Santo, e também de forma online. Acompanhe a psicanalista pelo perfil do Instagram: @rachel.poubel e pelo Youtube: Rachel Poubel.
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AMABILY CALIMAN DE OLIVEIRA BRITO
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