No dia 19 de maio, celebra-se o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), um grupo de doenças crônicas que afetam o trato gastrointestinal, como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. De acordo com um estudo publicado em 2022 na revista The Lancet Regional Health Americas, a quantidade de diagnósticos de DIIs no Brasil aumentou 233% entre 2012 e 2020, com o Sudeste representando um dos maiores crescimentos dentre as regiões do País.
A gastroenterologista Camila Coradi, do Hospital Orizonti, explica que, devido ao aumento significativo de casos nos últimos anos, as DIIs deixaram de serem consideradas doenças raras. “A industrialização, a obesidade, as alterações na microbiota intestinal e o estilo de vida moderno têm contribuído para o aumento da incidência dessas doenças”, afirma a especialista.
O diagnóstico tardio é um dos principais desafios no tratamento das DIIs. Por isso, a campanha de Maio Roxo, do qual o Dia Mundial das DIIs faz parte, busca aumentar a conscientização e visibilidade sobre as doenças. “É fundamental que a população esteja atenta aos sinais de alarme, como dor abdominal persistente, diarreia com mais de quatro semanas de duração, perda de peso inexplicada e sangramento nas fezes. Se diagnosticarmos e tratarmos a DII precocemente, podemos evitar complicações graves, como estenoses, fístulas, cirurgias e até mesmo o desenvolvimento de câncer “, alerta a médica.
A especialista ressalta que o diagnóstico é complexo e requer uma avaliação completa, que inclui anamnese, exame físico, exames endoscópicos com biópsias, exames de imagem e marcadores laboratoriais. “É como montar um quebra-cabeça. Por isso, é fundamental contar com a expertise de um especialista para chegar a um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento o mais rápido possível”, explica a doutora.
Para agilizar o diagnóstico aos pacientes com suspeita de DII, o Hospital Orizonti inaugurou um ambulatório especializado, com uma equipe multidisciplinar composta por gastroenterologistas, proctologistas, reumatologistas e outros especialistas. O objetivo é proporcionar uma linha de cuidado integrada, desde a triagem inicial até o acompanhamento a longo prazo.
“Nosso ambulatório conta com uma enfermeira navegadora, responsável por identificar os pacientes com sinais de alarme e direcioná-los para o atendimento adequado. Além disso, estamos trabalhando com um programa que utiliza inteligência artificial para identificar pacientes de risco já no pronto atendimento. Embora não haja cura para as DIIs, o tratamento adequado pode proporcionar uma vida normal e produtiva”, conclui a médica do Hospital Orizonti.
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PEDRO RODRIGUES RAMOS
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