No universo da maternidade atípica, onde o cuidado ultrapassa o convencional, emoções intensas fazem parte do dia a dia. A descoberta de um diagnóstico, o início das terapias e a organização da rotina com consultas e estímulos criam uma dinâmica que exige atenção integral e equilíbrio emocional. Mas, muitas vezes, a saúde mental da mãe é deixada de lado — e isso impacta diretamente o desenvolvimento da criança.
“É comum que a mãe se coloque em segundo plano ao se dedicar ao filho, especialmente após um diagnóstico. Mas se ela não estiver bem emocionalmente, a qualidade do vínculo e da rotina da criança pode ser afetada”, explica Silvia Kelly Bosi, neuropsicopedagoga e especialista em desenvolvimento infantil.
O cansaço extremo, a sensação constante de culpa e a dificuldade de desfrutar os momentos com o filho são sinais de estresse elevado. Essa sobrecarga pode gerar um estado de desnivelamento emocional, em que a mãe trabalha de modo automático e deixa de reconhecer suas próprias necessidades.
Silvia orienta que, mesmo diante de uma rotina intensa, é fundamental reservar um tempo de qualidade para si. “Cuidar da saúde mental não é egoísmo, é uma forma de garantir presença afetiva e disponibilidade real para a criança. Uma mãe exausta emocionalmente não consegue sustentar uma rotina saudável por muito tempo.”
Para lidar com a sobrecarga emocional, algumas práticas podem fazer a diferença no cotidiano:
Construa uma rede de apoio: conte com profissionais da equipe multidisciplinar, familiares ou amigos próximos.
Participe de grupos online: trocar experiências com outras mães pode aliviar o sentimento de solidão.
Busque terapia: o acompanhamento profissional é essencial para reorganizar emoções e expectativas.
Não se cobre tanto: comece com pequenos passos e respeite seu ritmo.
Tenha alguém para escuta ativa: escolha com critério quem estará ao seu lado.
Evite o isolamento: buscar acolhimento é um gesto de força e não de fraqueza.
Neste Dia das Mães, a reflexão é sobre presença real e saúde integral. “Ao cuidar de si, a mãe promove um ambiente mais saudável para o filho se desenvolver, e isso é um gesto de amor potente”, conclui Silvia Kelly Bosi.
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JÚLIA KLAUS BOZZETTO
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