Inteligência Artificial na SST – Inovação para a segurança ou apenas um negócio lucrativo?
Ferramenta promete transformar a SST, mas seu uso irresponsável pode comprometer a proteção dos trabalhadores e gerar desperdício de recursos. Empresas de SST precisam adotar a IA de forma ética, promovendo a segurança e o bem-estar dos trabalhadores
A Inteligência Artificial (IA) está transformando diversos setores ao redor do mundo, e a Segurança e Saúde do Trabalho (SST) não está imune a essa revolução tecnológica.
Ferramentas baseadas em IA já estão sendo aplicadas de maneiras inovadoras na análise preditiva de riscos, no monitoramento de ambientes de trabalho, na automação de laudos médicos e até na personalização de treinamentos de segurança. Essas inovações prometem não apenas melhorar a eficiência operacional, mas também salvar vidas, reduzir acidentes de trabalho e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.
Contudo, essa transformação traz consigo uma série de questionamentos sobre como essa tecnologia será utilizada e quais são seus impactos, especialmente no mercado de trabalho.
A Inteligência Artificial pode, de fato, promover grandes avanços na SST. Ao prever riscos, monitorar ambientes de trabalho em tempo real e personalizar treinamentos, a IA oferece oportunidades para a criação de ambientes de trabalho mais seguros.
No entanto, a adoção dessa tecnologia também levanta preocupações sobre a substituição de empregos e o impacto na economia global. De acordo com um relatório recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), estima-se que a Inteligência Artificial possa afetar até 40% dos empregos em todo o mundo.
O impacto da IA – o que as empresas de SST precisam saber
É fato que muitas empresas têm utilizado a IA de maneira irresponsável, principalmente na elaboração de laudos técnicos como PGR, PCMSO e LTCAT, visando apenas o lucro.
Esses processos automatizados, sem a devida avaliação criteriosa, podem gerar diagnósticos superficiais e comprometer a qualidade da saúde ocupacional.
Laudos criados por IA sem a supervisão de profissionais qualificados podem levar a falhas graves na identificação de riscos, não proporcionando a proteção adequada aos trabalhadores.
O fornecimento de materiais e soluções sem levar em conta as especificidades de cada empresa ou ambiente de trabalho pode resultar em desperdício de recursos e ineficiência, prejudicando tanto a saúde dos trabalhadores quanto a operação das empresas.
A adoção da IA na SST traz grandes desafios para as empresas do setor. A principal questão envolve o uso indiscriminado de ferramentas automatizadas que, sem o controle adequado, podem prejudicar a qualidade e a segurança dos serviços prestados, como citado.
A IA pode ajudar a criar ambientes mais seguros, mas sua aplicação deve ser cuidadosamente supervisionada, com a colaboração de profissionais qualificados que garantam que as soluções sejam adequadas e eficazes.
“A IA pode ser uma grande aliada na segurança do trabalho, mas sua aplicação deve ser feita com cautela. Não podemos permitir que a automação substitua o cuidado humano na análise dos riscos, já que o principal objetivo da SST é a proteção da saúde dos trabalhadores”, afirma Dr. Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde e presidente da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho).
Se mal implementada, a IA pode ser usada como uma ferramenta de corte de custos, substituindo o julgamento humano e a análise detalhada de riscos por soluções genéricas e superficialmente eficazes.
“Isso pode não só comprometer a saúde e a segurança dos trabalhadores, mas também resultar em desperdício de recursos, como investimentos em tecnologias inadequadas para o ambiente específico de cada empresa. A tecnologia precisa ser utilizada para apoiar o trabalho dos profissionais de SST, e não para substituí-los. Não podemos abrir mão da análise criteriosa que os especialistas realizam para garantir um ambiente de trabalho seguro”, alerta o médico e presidente da entidade.
IA na SST – aliada ou risco?
A Inteligência Artificial, sem dúvida, oferece um enorme potencial para transformar a Segurança e Saúde do Trabalho, tornando os ambientes de trabalho mais seguros, eficientes e produtivos. No entanto, seu uso deve ser cuidadosamente regulamentado e monitorado.
A IA deve ser uma ferramenta a serviço da segurança, da saúde e da integridade dos trabalhadores, e não uma forma de cortar custos ou substituir a análise humana.
A ABRESST, sob a liderança do Dr. Ricardo Pacheco, está comprometida em garantir que a IA na SST seja utilizada de maneira responsável, ética e com foco no bem-estar dos trabalhadores.
Com a IA impactando até 40% dos empregos no mundo, segundo o FMI, a transição para um futuro mais automatizado exige políticas que protejam os trabalhadores vulneráveis, promovam a educação e a requalificação profissional, e garantam que os benefícios da IA sejam compartilhados de forma justa e equitativa.
“As empresas de SST precisam estar cientes dos riscos e desafios que a IA impõe, garantindo que suas soluções não sejam apenas lucrativas, mas também eficazes na promoção da segurança e saúde do trabalhador. Só assim será possível criar um ambiente de trabalho que, ao mesmo tempo, aproveite as inovações tecnológicas e preserve a segurança e a saúde dos trabalhadores”, completa Dr. Ricardo Pacheco.
Sobre a ABRESST
A Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho é uma entidade civil, de caráter profissional e sem fins lucrativos, com atuação em todo território nacional. É uma entidade que desde 1998 reúne e representa as empresas do setor, evidenciando para a sociedade os esforços que seus associados têm feito para melhorar a qualidade de vida do trabalhador brasileiro.
Reunindo empresas da área de saúde e segurança no trabalho e criando normas e métodos de qualificação dos serviços da categoria, a ABRESST defende legalmente os interesses de seus associados, representando todos com muito empenho e dedicação.
A ABRESST é presidida pelo médico Dr. Ricardo Pacheco, CRM-SP 87570 I RQE 22.683.
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SANDRA MARIA DA CUNHA
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