O Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, é uma data que nos convida a refletir sobre inclusão, diversidade e o respeito aos direitos de todos. Essa data foi escolhida em referência à trissomia do cromossomo 21, a alteração genética que caracteriza a síndrome.
Estima-se que a Síndrome de Down ocorra em aproximadamente 1 a cada 700 nascimentos no Brasil, totalizando cerca de 300 mil pessoas com essa condição no país. Globalmente, é a alteração genética mais comum, sendo responsável por características físicas e cognitivas específicas. Graças aos avanços médicos e sociais, a expectativa de vida das pessoas com Síndrome de Down aumentou significativamente, passando de 12 anos, no início do século XX, para cerca de 60 anos atualmente.
A inclusão educacional é um dos pilares para garantir o desenvolvimento pleno das pessoas com Síndrome de Down. No Brasil, 91,3% dos estudantes com deficiência estão matriculados em classes comuns, um avanço significativo em relação a décadas passadas. No entanto, ainda há desafios, como a falta de recursos de acessibilidade em muitas escolas e a necessidade de formação adequada para professores.
A representatividade desse público no ensino superior ainda é bastante limitada, demonstrando um grande potencial de melhoria nesse aspecto. Segundo dados de 2019 divulgados pelo Movimento Down, organização parceira da Down Syndrome International e da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, apenas 74 pessoas com síndrome de Down haviam concluído a faculdade até então, em todo o Brasil. Entre os cursos mais escolhidos por essas pessoas destacam-se Educação Física, Pedagogia, Design, Moda, Artes e Gastronomia, evidenciando um interesse diversificado e criativo nas áreas acadêmicas.
Embora a inclusão no mercado de trabalho tenha avançado, ainda há muito a ser feito. Muitas empresas ainda não possuem políticas efetivas para contratar pessoas com deficiência, e o preconceito continua sendo uma barreira. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, 37% das pessoas com deficiência visual estavam empregadas, em contraste com as pessoas com deficiência intelectual, incluindo aquelas com síndrome de Down, que apresentaram uma taxa de emprego de apenas 5,3% naquele ano, evidenciando a desigualdade de oportunidades. No entanto, iniciativas de capacitação e programas de inclusão têm mostrado resultados promissores, permitindo que pessoas com Síndrome de Down desenvolvam suas habilidades e conquistem maior autonomia.
O capacitismo, ou seja, o preconceito contra pessoas com deficiência, é uma questão estrutural que precisa ser enfrentada. Campanhas de conscientização, como as promovidas no Dia Internacional da Síndrome de Down, são fundamentais para desmistificar estereótipos e promover uma visão mais inclusiva da sociedade.
A diversidade é uma riqueza que deve ser celebrada. Cada pessoa, com suas características únicas, contribui para um mundo mais vibrante e plural. O Dia Internacional da Síndrome de Down nos lembra da importância de valorizar as conquistas e o potencial das pessoas com essa condição, promovendo uma sociedade mais justa e igualitária.
A inclusão não é apenas um ideal, mas uma necessidade para construir um futuro em que todos tenham as mesmas oportunidades. O Dia Internacional da Síndrome de Down é um lembrete de que cada gesto de inclusão faz a diferença. Que possamos, juntos, construir um mundo onde ninguém seja abandonado.
*Paloma Herginzer é licenciada em Educação Física e especialista em Educação Especial e Novas Tecnologias, professora e tutora dos cursos de pós-graduação na área de Educação na UNINTER.
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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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