Todos os anos, em fevereiro, o Brasil intensifica os esforços para conscientizar a população sobre os perigos do alcoolismo. É o Mês do Combate ao Alcoolismo, uma campanha vital para informar e prevenir, destacando os riscos associados ao consumo excessivo de álcool e promovendo um estilo de vida mais saudável. O Dr. Rafael Fantin médico endocrinologista e metabologista, com especialização em Medicina do Exercício e Esporte e em Prática Ortomolecular e Nutrigenômica destaca que os primeiros sinais de que o álcool está impactando a rotina surgem de forma sutil, mas progressiva:
“No início, pode haver uma redução do ânimo, disposição e energia durante a semana. Em seguida, surge uma necessidade ocasional de consumir álcool para relaxar ou induzir o sono. Com o tempo, a performance cognitiva e física começam a cair, tornando-se evidente a dificuldade de concentração, piora na qualidade do sono e aumento do cansaço ao longo do dia”, afirma.
Outro sinal importante é perceber como o consumo de álcool afeta sua resistência e energia ao longo da semana. Se o sono começa a ser prejudicado e a sensação de exaustão surge cada vez mais cedo no dia, é um indicativo de que o corpo está sentindo os efeitos do álcool. Além disso, é essencial prestar atenção ao que pessoas próximas relatam, pois muitas vezes elas percebem essas mudanças antes mesmo de quem está vivenciando o problema.
O álcool compromete o condicionamento físico ao causar desidratação, reduzir a produção de energia e prejudicar a recuperação muscular, afetando diretamente a performance esportiva. Também impacta a função cognitiva, piorando memória, raciocínio e aumentando o risco de doenças neurodegenerativas.
Além disso, afeta a vida sexual e a fertilidade, prejudicando a circulação sanguínea e a produção de hormônios. “Em pequenas quantidades, o álcool pode gerar uma leve desinibição, aumentando a excitação e o desejo sexual. No entanto, em doses mais elevadas, essa desinibição pode se tornar exagerada, levando a escolhas impulsivas de parceiros e a relações desprotegidas, com riscos para a saúde. A longo prazo, também impacta a fertilidade. Por reduzir a disponibilidade de nutrientes essenciais, aumentar processos inflamatórios e induzir estresse oxidativo celular, ele interfere na qualidade e na quantidade dos espermatozoides, assim como na ovulação e na qualidade dos óvulos”, explica o médico.
Impactos do consumo frequente de álcool no metabolismo e na absorção de nutrientes
O consumo frequente impacta o metabolismo e a absorção de nutrientes de várias formas, começando pela irritação da mucosa gastrointestinal e pela alteração da microbiota intestinal, o que reduz a absorção de vitaminas e minerais essenciais, como B1, B6, B12, ácido fólico, zinco, magnésio e ferro.
“A metabolização do álcool tem prioridade sobre outros nutrientes, levando à deficiência de diversos cofatores enzimáticos essenciais para o metabolismo. Ao agir diretamente na mitocôndria, o álcool compromete a geração de energia (ATP), aumentando o estresse oxidativo e a inflamação, principalmente no fígado – órgão crucial na produção de múltiplas enzimas metabólicas”, complementa o Dr. Rafael
Essa disfunção mitocondrial reduz a eficiência do metabolismo energético, favorecendo fadiga, desequilíbrios hormonais, resistência à insulina e maior acúmulo de gordura, aumentando o risco de doenças metabólicas e inflamatórias a longo prazo.
Como reduzir a necessidade do álcool no dia a dia?
Para reduzir o consumo de álcool de forma natural e sustentável, é essencial identificar os gatilhos que levam ao seu uso, como estresse, cansaço e necessidade de relaxamento. “A melhor estratégia é corrigir esses fatores ajustando a rotina, melhorando a qualidade do sono e buscando estímulos naturais para o bem-estar, como atividade física, exposição à luz solar e uma alimentação equilibrada. Criar hábitos saudáveis ajuda a diminuir gradualmente a necessidade do álcool, tornando a mudança um processo positivo e não uma privação”, conclui o especialista.
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MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
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