Estima-se que cerca de 15 milhões de pessoas vivam com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), mais conhecida como enfisema pulmonar, no Brasil1,2. Porém, apenas cerca de 30% delas têm conhecimento da doença.2 Com o objetivo de trocar experiências de trabalho e discutir casos clínicos com os médicos locais, a Dra. Wisia Wedzicha, especialista em medicina respiratória, esteve no Brasil entre os dias 23 e 28 de março, a convite da biofarmacêutica GSK, para a ação DPOC On The Road. Professora de Medicina Respiratória no National Heart and Lung Institute, do Imperial College, no Reino Unido, e membro do Global Initiative For Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD), documento elaborado para prevenção, diagnóstico e manejo da DPOC, ela visitou a Policlínica Piquet Carneiro/UERJ, no Rio de Janeiro, passou pelo InCor – Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP, em São Paulo, e pelo Hospital Júlia Kubitscheck, em Minas Gerais, centros de tratamento de referência em Pneumologia no país.
“Essa é uma doença muito subdiagnosticada em todo o mundo, porque os sintomas são insidiosos, o que significa que aparecem gradualmente. Além disso, a DPOC começa na vida jovem, mas só causa problemas realmente após os 60 anos. Portanto, é uma doença que é menosprezada”, comenta a Dra. Wisia, que afirma que a cessação do tabagismo é um ponto importante para diminuir os casos de DPOC. “Em primeiro lugar, parar de fumar. Além disso, precisamos conscientizar que a saúde pulmonar é uma prioridade. Os pulmões são tão preciosos quanto o coração, mas é mais fácil transplantar um coração do que regenerar um pulmão. Portanto, é muito importante que cuidemos dos nossos pulmões”, disse considerando, ainda, o vaping na mesma categoria de risco.
Segundo a especialista, é essencial estar atento aos primeiros sintomas da DPOC, pois a doença é a quinta principal causa de morte no país4 e é responsável por cerca de 40 óbitos por dia.5** “Os sintomas iniciais são episódios de tosse e produção de muco nos meses de inverno. Em seguida, os pacientes ficam mais ofegantes. Precisamos tratar esses episódios porque sabemos que toda infecção, provavelmente, levará à progressão da doença”.
O Dr. Ricardo Amorim (CRM/MG: 19214), presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), que se encontrou com a Dra. Wisia durante sua passagem ao Brasil complementa: “Uma coisa muito importante para os pacientes que têm DPOC é a gente treinar a atenção primária e dar acesso à espirometria, para que os profissionais saibam identificar os sintomas. Também é importante fazer campanhas para aumentar a conscientização a respeito da doença”. Atrasar a intervenção no tratamento da DPOC pode ter consequências graves, como um risco de 49% de morte em até dois anos após uma exacerbação grave, isto é, uma crise que resulte em hospitalização.12
O médico fala sobre os fatores de risco da DPOC: “As doenças cardiovasculares andam juntas. O tabagismo é um fator de risco comum para ambos os grupos de doenças respiratórias e cardíacas. E a descompensação de uma doença interfere na evolução da outra. Pacientes que têm DPOC e que possuem crises constantes morrem mais de doença cardíaca do que o grupo que não exacerba. Outras comorbidades são o diabetes mellitus, as doenças respiratórias crônicas, por conta dos distúrbios da via aérea, a obesidade, e doenças do ponto de vista neurológico e quadros psiquiátricos, como depressão, que interferem muito na evolução do paciente, pois dificulta a sua adesão ao tratamento”. Ao que a Dra. Wisia afirma: “As crises têm impacto na qualidade de vida, na hospitalização, na progressão da doença, na mortalidade e nos estados psicológicos também. Sabemos que as exacerbações, particularmente as hospitalizadas, estão associadas a um aumento na quantidade de eventos cardiovasculares”. Estes dados se tornam ainda mais relevantes ao saber que há cerca de 125 mil internações ao ano por DPOC no Brasil3* e que os pacientes pós-crise aguda têm duas vezes mais riscos de infarto do miocárdio.6^
VSR e DPOC
O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o segundo principal vírus detectado nas crises da DPOC e identificado em, aproximadamente, 10% das crises agudas da doença.7 O paciente com DPOC possui até 13 vezes mais chances de ser hospitalizado quando infectado pelo VSR do que adultos sem essas comorbidades.8#$ “Pacientes com DPOC geralmente são mais suscetíveis a infecções virais. Originalmente, a importância do VSR foi vista durante as hospitalizações, particularmente, em pacientes idosos frágeis. Este é um vírus que depende da resposta imune e, com a imunidade enfraquecida, você tem mais problemas com o VSR. É por isso que, nos pacientes com DPOC, é uma causa de crise. Além disso, o VSR é frequentemente encontrado como um co-vírus com o resfriado comum e outros vírus”, alerta a Dra. Wisia.
De acordo com a médica, a vacinação é uma importante estratégia de prevenção contra o VSR para pacientes com a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. “Toda vez que um médico vê um paciente com DPOC, ele deve perguntar sobre suas vacinas. Se eles não tiverem tomado, expliquem que as vacinas têm um perfil de segurança favorável, foram extensivamente testadas e são eficazes. Queremos que um paciente seja o mais estável possível, sem crises, e o VSR pode levá-los ao hospital e a todas as complicações da hospitalização. O VSR causa pneumonia, causa infecção das vias aéreas. Pode ser uma condição muito desagradável. A eficácia da vacina produzida pela GSK contra o VSR no primeiro ano chega a 94% para doença grave, o que é muito impressionante. E, em três temporadas de circulação do VSR – aproximadamente 31 meses, é de 62,9%. Isso é bom”,9-11 finaliza Dra. Wisia.
Notas:
+Estimativa baseada nos dados do estudo Platino2, 12,5% da população do estudo foi diagosticado com DPOC (n = 1000). Utilizando os dados do IBGE, (n = 90.570.204), pessoas entre 40-90 anos, no ano de 2024.1,2
$Estudo de vigilância, prospectivo e baseado na população para estimar a incidência de hospitalização por VSR entre adultos com ≥ 18 anos em geral e aqueles com comorbidades específicas. A vigilância ativa e passiva identificou 1099 adultos hospitalizados com VSR em 2 áreas geográficas nos Estados Unidos (Rochester e Cidade de Nova York) durante 3 temporadas de VSR. As razões de taxas de incidência apresentadas acima não são uma faixa, mas observações de 2 locais diferentes que compõem a área de vigilância. As taxas de incidência estimadas para todas as condições comorbidas aumentaram com a idade. #As taxas de internação por VSR foram maiores em adultos com idade ≥ 65 anos com comorbidades.8
*Média de internações durante o período de 2008-2023.
^Aumento de 2,27 vezes (IC de 95%: 1,1 – 4,7; p=0,03) do risco 1-5 dias após uma exacerbação de DPOC.
**Mortalidade média para os anos entre 2007-2017 dividida pelos 365 dias do ano. Segundo óbitos categorizados no CID10: J44 outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas.
Material dirigido ao público geral. Por favor, consulte o seu médico.
Sobre a GSK
A GSK é uma biofarmacêutica multinacional, presente em mais de 75 países, que tem como propósito unir ciência, tecnologia e talento para vencer as doenças e impactar a saúde global. A companhia pesquisa, desenvolve e fabrica vacinas e medicamentos especializados nas áreas de Doenças Infecciosas, HIV, Oncologia e Imunologia/Respiratória. No Brasil, a GSK é líder nas áreas de HIV e Respiratória e uma das empresas líderes em Vacinas. Para mais informações, visite GSK.
Referências:
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa realizada na base de dados IBGE – Estatísticas > Sociais > Populações > Projeções da População > Tabelas; Utilizando o filtro 2024, População por sexo e idade simples.xlsx. Utilizando o filtro para Idade “40 a 90”, Sexo “Ambos”, Local “Brasil”, Soma da Coluna AD 2024. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9109-projecao-da-populacao.html?edicao=41053. Acesso em: MAR/2025;
Moreira, G. L.,et al. (2013). PLATINO, estudo de seguimento de nove anos sobre DPOC na cidade de São Paulo: o problema do subdiagnóstico. J Bras Pneumo, 30-37
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Camila dos Santos Curvelo
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