Impactando 35% da população adulta no Brasil, a dor crônica não é apenas uma questão médica, mas um problema de saúde pública. Apesar de sua prevalência, mitos e desinformação ainda dificultam o diagnóstico e o tratamento eficaz da condição.
A dor crônica afeta mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, sendo responsável por limitar a funcionalidade, causar sofrimento emocional e gerar altos custos econômicos. No Brasil, cerca de 35% dos adultos convivem com essa condição, que atinge mais da metade dos idosos, mas que também pode afetar jovens. Para o Dr. André Mansano, médico intervencionista da dor, entender e desmistificar essa condição é essencial para enfrentá-la de forma eficaz.
A dor crônica, caracterizada por sua persistência por mais de três meses, vai muito além de um desconforto físico. Ela limita atividades diárias, interfere no sono, aumenta os riscos de transtornos emocionais como depressão e ansiedade, e gera um impacto social profundo, contribuindo para absenteísmo no trabalho e aposentadorias precoces.
Entre as causas mais comuns estão problemas osteomusculares, como hérnias de disco e artrose, dores neuropáticas, fibromialgia, traumas mal cicatrizados e doenças inflamatórias. Ansiedade e depressão também podem intensificar a percepção da dor, criando um ciclo difícil de romper.
Mitos sobre a dor crônica que precisam ser superados
Mitos comuns ainda dificultam o enfrentamento da dor crônica. Entre eles:
“Se a dor não aparece em exames, ela não existe”: Muitas dores crônicas, como as neuropáticas, não apresentam alterações visíveis em exames de imagem.
“Repouso é sempre a melhor solução”: Na maioria dos casos, o repouso prolongado pode piorar a condição, enquanto a atividade física controlada é fundamental para o manejo.
“A dor crônica afeta apenas idosos”: Jovens também podem ser acometidos, especialmente em casos de traumas ou doenças autoimunes.
Tratamento e prevenção: uma abordagem multidisciplinar
O tratamento da dor crônica exige uma abordagem integrada. Dr. Mansano destaca o uso de medicamentos, como analgésicos e antidepressivos, aliados a terapias físicas, psicológicas e intervenções minimamente invasivas, como bloqueios nervosos e radiofrequência. Além disso, o especialista reforça a importância de prevenir a cronificação da dor por meio de exercícios regulares, boa postura, controle do peso e manejo adequado de dores agudas.
“A conscientização e o acesso a tratamentos especializados são essenciais para que os pacientes possam recuperar a qualidade de vida e romper com os estigmas que envolvem a dor crônica,” explica o médico.
Dr. André Marques Mansano
MD, Ph.D, FIPP, CIPS
Área de Atuação em Dor – AMB Hospital Israelita Albert Einstein – SP
Fellow of Interventional Pain Practice – World Institute of Pain Certified in Interventional Pain Sonologist – World Institute of Pain Diplomate of American
Interventional Headache Society Board
Membro do Comitê de Educação do “World Institute of Pain”
Pós-Doutor HC/FMUSP