A maioria das pessoas dão atenção apenas aos cuidados capilares, como estimular o crescimento dos fios ou torná-los mais saudáveis e brilhosos. Há um aumento significativo da procura por medicamentos que auxiliam na questão capilar, mas poucos se preocupam realmente com as doenças que acometem o couro cabeludo.
O couro cabeludo requer toda a nossa atenção, afinal, ele é o começo de tudo, onde nascem os fios. Cuidar da saúde do couro cabeludo é como regar o jardim para que ele possa florescer.
É muito importante ficar alerta aos sinais para evitar qualquer tipo de doença do couro cabeludo. Para isso, ficar atento às informações e aos cuidados é fundamental. Isso irá eliminar todas as chances do aparecimento de enfermidades, e facilitará no tratamento em caso de diagnóstico.
Existem diversos tipos de doenças do couro cabeludo, neste artigo você conhecerá as 5 principais doenças, os sintomas e seus tratamentos de acordo com a Dra. Ane Melo, médica da clínica especialista em medicina capilar integrada e transplante capilar, Pineapple Hair Brasil.
Origem das doenças do couro cabeludo
Entender a origem das doenças é essencial. Ela pode ser desde uma herança genética a algum tipo de inflamação, sendo bactérias ou fungos, além de outras situações.
“As doenças do couro cabeludo tem diversas causas, dentre elas: inflamações, questões hormonais, déficits de vitaminas e/ou sais minerais, estresse e herança genética, sendo a dermatite seborreia, psoríase, tinea capitis, foliculites, alopecia areata e algumas doenças que causam cicatrizes no couro cabeludo. São as queixas mais comuns nos consultórios.”, comenta Ane.
Por isso, é importante conhecer as doenças do couro cabeludo, para que se consiga identificar o problema e recorrer a uma ajuda profissional. Somente o médico especialista poderá diagnosticar e tratar da doença, receitando os medicamentos necessários.
A especialista diz, por exemplo, que a Alopecia se ramifica em alguns tipos que podem afetar o couro cabeludo, porém, existem também outras doenças que a atingem, e que veremos a seguir.
Conheça as 5 principais doenças do couro cabeludo:
1. Alopecia androgenética
Causa: A alopecia androgenética ou calvície é uma forma de queda de cabelos geneticamente determinada. Podendo atingir homens e mulheres, a doença se desenvolve desde a adolescência fazendo com que os fios fiquem mais finos, porém fica mais aparente depois de um tempo, por volta dos 40 ou 50 anos.
Sintomas: Os fios afinam, os cabelos ficam ralos e, progressivamente, o couro cabeludo mais aberto. Nos homens, as áreas mais abertas são a coroa e a região frontal (entradas). Nas mulheres, a região central é mais afetada, pode ter relação com irregularidade menstrual, obesidade, acne, e aumento de pelos no corpo. Porém, em geral, são sintomas discretos.
Tratamento: Estimulantes do crescimento dos fios como o minoxidil e bloqueadores hormonais podem ajudar a estacionar o processo e recuperar parte da perda. Os bloqueadores hormonais são medicamentos via oral; nos homens, a finasterida é a mais usada. Nas mulheres, anticoncepcionais, ciproterona, espironolactona, e a própria finasterida podem ser receitados. Nos casos mais extensos, um transplante capilar pode melhorar o aspecto estético.
2. Alopecia areata
Causas: É uma doença inflamatória que provoca a queda de cabelo. Diversos fatores estão envolvidos no seu desenvolvimento, como a genética e a participação autoimune. Fatores emocionais, traumas físicos e quadros infecciosos podem desencadear ou agravar o quadro.
Sintomas: Perda brusca de cabelos, com áreas arredondadas, únicas ou múltiplas, sem demais alterações. A pele fica lisa e brilhante e os pelos ao redor da placa saem facilmente se forem puxados. Ao renascer, os cabelos podem ficar brancos por um tempo, e posteriormente voltar a sua coloração normal.
Tratamento: Medicamentos tópicos como minoxidil, antralina e corticoides podem ser associados a tratamentos mais agressivos como sensibilizantes ou metotrexate. Corticóides injetáveis podem ser usados em áreas bem delimitadas do couro cabeludo ou do corpo. A opção deve ser realizada pelo dermatologista em conjunto com o paciente. Os tratamentos visam controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam. Eles estimulam o folículo a produzir cabelo novamente, e precisam continuar até que a doença desapareça.
3. Dermatite seborreica
Causa: É uma inflamação na pele que causa principalmente descamação e vermelhidão em algumas áreas da face, como sobrancelhas e cantos do nariz, couro cabeludo e orelhas. É uma doença de caráter crônico, com períodos de melhora e piora dos sintomas. A causa não é totalmente conhecida, e a inflamação pode ter origem genética ou ser desencadeada por agentes externos, como alergias, estresse emocional ou situações de fadiga, baixa temperatura, medicamentos, álcool, e excesso de oleosidade.
Sintomas: De forma geral, os sintomas da dermatite seborreica são:
oleosidade na pele e no couro cabeludo;
coceira, que pode piorar caso a área seja infectada pelo ato de “cutucar” a pele;
escamas brancas que descamam – caspa;
escamas amareladas que são oleosas e ardem;
possível perda de cabelo.
leve vermelhidão na área;
Esta dermatite pode ocorrer em diferentes áreas do corpo. Geralmente, origina-se onde a pele é oleosa ou gordurosa, como couro cabeludo, pálpebras, sobrancelhas, atrás das orelhas, vincos do nariz, lábios e tórax.
Tratamento: O diagnóstico é feito clinicamente por um dermatologista que irá se basear no local das lesões e no relato do paciente. Em alguns casos, é necessária a realização de alguns exames clínicos, como o micológico, a biópsia e o teste de contato.
O tratamento prévio das crises é essencial e pode envolver as seguintes medidas: lavagens mais frequentes; interrupção do uso de sprays, géis e pomadas para o cabelo; o não uso de bonés ou chapéus; o uso de xampus que contenham ácido salicílico, selênio, alcatrão, zinco, enxofre e antifúngicos; o uso de cremes/pomadas também com antifúngicos e, eventualmente, com corticosteróide, dentre outros especificados pelo dermatologista.
4. Eflúvio telógeno
Causa: É uma condição que se caracteriza pelo aumento da queda diária de fios de cabelo. Seu aumento é perceptível principalmente naquele bolo que cai no chuveiro ou fica na escova quando penteamos. O eflúvio se divide em dois tipos: agudo e crônico. São subtítulos que compartilham a queixa de queda aguda, mas são clinicamente distintos.
Sintomas: O principal sintoma é a queda aguda do cabelo, com aumento dos fios que caem diariamente. Coceira no couro cabeludo, principalmente na região posterior, pode estar presente em alguns casos.
Tratamento: O eflúvio tem duração de dois a quatro meses, caso não haja outra doença associada. E, de um dia para o outro, há uma aparente melhora. Se o paciente tem alguma condição associada, como alopecia androgenética (calvície) ou a alopecia senil (rarefação que surge após os 60 anos), normalmente, costuma-se tratá-lo para que possa ter plena capacidade de recuperar o volume e o comprimento dos fios.
Algumas medicações, que são estimuladoras do crescimento capilar, podem ser associadas para acelerar esse processo de recuperação. Se o paciente for saudável, e sem doença prévia do couro cabeludo, terá plena capacidade de recuperação.
5. Psoríase
Causa: Psoríase é uma doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa. É uma doença autoinflamatória da pele, na qual por predisposição genética, junto com fatores ambientais ou de comportamento, causam o aparecimento de lesões avermelhadas e que descamam na pele.
Sintomas: Variam de paciente para paciente, conforme a apresentação e gravidade da doença, mas podem incluir:
• Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas;
• Pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento;
• Pequenas manchas brancas ou escuras residuais após melhora das lesões avermelhadas.
• Inchaço e rigidez nas articulações; em casos mais graves, destruição das articulações e deformidades.
• Coceira, queimação e dor;
Pode haver apenas um desconforto em casos de psoríase mais leves por causa dos sintomas, mas nos casos mais graves, pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes.
Tratamento: Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição solar orientada por dermatologista podem ser suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas.
Como saber se tenho alguma doença do couro cabeludo?
Qualquer inflamação, lesão ou perda de fios no couro cabeludo pode ser um sinal de algo mais sério, e que pode ser identificado pela própria pessoa, porém, o caso deve ser levado imediatamente a um especialista que analise a situação para dar um diagnóstico preciso sobre uma possível doença ou caso menos grave.
Mesmo que as doenças se diferem entre si, os sintomas e causas geralmente são os mesmos. Para distingui-las e dar o devido tratamento é papel exclusivo do médico.
“Para o diagnóstico de uma doença capilar, o paciente precisa passar por uma anamnese minuciosa, onde teremos informações desde a saúde geral assim como nos hábitos de vida, início, evolução e duração dos sintomas. Em seguida, é necessário uma tricoscopia, método não invasivo que utiliza um dermatoscópio ou trocoscópio para examinar o couro cabeludo ou fios de cabelo associado a exames laboratoriais e, se necessário, biópsia do couro cabeludo.”, detalha a doutora.
“Cada doença precisa ser investigada e um tratamento personalizado deve ser planejado para cada paciente respeitando suas diferenças de sexo, idade e comorbidades prévias.”, completa a médica capilar da clínica Pineapple Hair Brasil.
Prevenção e tratamentos de doenças do couro cabeludo
Se o caso for genético, ainda sim é possível prevenir antes do surgimento dos sintomas das doenças com um especialista. O médico identificará o problema e irá receitar o melhor tratamento, além do acompanhamento do caso. Vale ressaltar que não é recomendado a automedicação. Somente um médico dermatologista ou especialista capilar pode prescrever a opção mais adequada.
“Prevenir uma doença de causa genética é desafiador, uma vez que envolve questões relacionada a mutação do DNA que foi herdado durante a formação do embrião, mas os cuidados com a saúde capilar, emocional e física podem controlar os sintomas de algumas doenças possibilitando melhor qualidade de vida para o indivíduo.”, conclui a tricologista.
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HIGOR BATISTA VICENTE
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