Especialistas afirmam que sobreviventes de tragédias podem ter graves danos psicológicos causados por um evento inesperado, como um acidente de trânsito.
De acordo com a psicóloga da Hapvida NotreDame Intermédica, Karina dos Santos, tanto o corpo quanto a mente experimentam uma série de reações após um evento traumático. “Um acidente é composto por momentos de muito estresse. Normalmente, quando é grave e envolve risco ou confirmação de morte entre as pessoas envolvidas, existe grande impacto, porque nossa mente não é preparada para lidar com o óbito, muito menos quando isso ocorre próximo a nós”, explica.
Durante a operação de fim de ano da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Goiás divulgada quinta-feira, 2, foram registradas 1.878 infrações e 83 acidentes de trânsito que terminaram com 115 feridos e seis mortos nas rodovias goianas. Os dados foram registrados entre os dias 27 de dezembro e 1 de janeiro. Em 2023, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) publicou uma pesquisa que identificou 64 mil acidentes no ano de 2022. Destes, 52 mil acidentes envolveram vítimas feridas ou mortas.
“Do ponto de vista da psicologia, reações a acidentes podem ser entendidas como resposta ao estresse. Quando confrontado com uma situação traumática, o corpo entra em estado de alerta máximo, ativa o sistema nervoso, libera hormônios como o cortisol e adrenalina, levando a pessoa a sentir medo intenso, ansiedade, choque, confusão e até mesmo uma sensação de irrealidade. Essas reações podem variar em intensidade e duração de pessoa para pessoa”, elucida Karina.
A atuação de psicólogos é fundamental para acompanhar o atendimento imediato pós-trauma e evitar os chamados “traumas ocultos”, quando a ideia se torna um fator enraizado e inconsciente na vida das pessoas.
Pós-trauma: quais os sintomas mais comuns?
Após um acidente, é comum que a vítima apresente uma série de sintomas físicos, emocionais e cognitivos. A especialista explica que, no aspecto físico, podem surgir dores de cabeça, tensão muscular, problemas gastrointestinais e insônia. Já no campo emocional, sentimentos como ansiedade, medo, tristeza, culpa e raiva são frequentes.
“O estresse provoca um colapso mental, fazendo que a pessoa busque evitar o assunto relacionado ao sofrimento com o objetivo de reduzir o impacto no corpo e na mente. No entanto, o que não é enfrentado e trabalhado não desaparece, o que pode gerar problemas no futuro. É fundamental lidar com a ideia da morte de forma imediata para evitar que pensamentos não resolvidos, como “eu quase morri”, se tornem mais difíceis de tratar. Quando esses pensamentos não são trabalhados, podem causar traumas irreversíveis, tornando o processo de recuperação muito mais difícil no futuro”, reflete a especialista.
De acordo com Karina, também é comum haver dificuldades cognitivas, como problemas de concentração, memória fragmentada e pensamentos intrusivos. “Muitas pessoas relatam sensações de desapego em relação aos outros e ao mundo ao seu redor”, acrescenta.
Segundo a psicóloga, os principais traumas observados em pessoas que sofrem acidentes são: transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), ansiedade, amaxofobia (fobia por dirigir), transtorno de adaptação, depressão e síndrome do pânico.
Como superar traumas de trânsito?
A psicoterapia é uma ferramenta fundamental para aqueles que enfrentam traumas ou desenvolvem fobias associadas. Karina destaca que o acompanhamento psicológico pode envolver técnicas, como exposição gradual e segura à situação temida (exposição in vivo), reestruturação cognitiva para lidar com pensamentos negativos e distorcidos, além de treinamentos em habilidades de relaxamento e estratégias para o enfrentamento da ansiedade.
Ela também ressalta que, em alguns casos, pode ser necessária a prescrição de medicamentos para tratar sintomas específicos, como ansiedade ou depressão. “O uso de medicação deve ser por tempo limitado e sempre sob supervisão médica. O tratamento é personalizado e adaptado às necessidades de cada paciente”, conclui.
Ao identificar os sinais de trauma e buscar apoio, é possível recuperar a qualidade de vida e restabelecer a segurança emocional. Enfrentar memórias dolorosas com o suporte protetor é um passo fundamental para avançar. “Por exemplo, alguém que desenvolve TEPT após um acidente de trânsito podem apresentar flashbacks intrusivos do evento, evitar situações que remetam ao trauma, ter pesadelos frequentes, sentir-se constantemente em alerta e apresentar irritabilidade constante e manter-se em hipervigilância”, completa a psicóloga da Hapvida.
Para Karina, a busca por apoio psicológico é fundamental para amenizar os impactos e promover a recuperação. “Terapias como a cognitivo-comportamental ajudam a reorganizar os pensamentos e as emoções, proporcionando ferramentas para enfrentar medos e reduzir a ansiedade”, afirma.
Sobre a Hapvida NotreDame Intermédica
Com 79 anos de experiência a partir das aquisições durante sua história no país, a Hapvida NotreDame Intermédica é hoje a maior empresa de saúde e odontologia da América Latina. A companhia, que possui mais de 69 mil colaboradores, atende quase 16 milhões de beneficiários de saúde e odontologia, tem à disposição a maior rede própria de atendimento com um sistema integrado que conecta as unidades das cinco regiões do país.
Todo o aparato foi construído a partir de uma visão abrangente e integrada, voltada ao cuidado da saúde por meio de 86 hospitais, 77 prontos atendimentos, 341 clínicas médicas e 291 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial, além de unidades especificamente voltadas ao cuidado preventivo e crônico. Dessa combinação de negócios, apoiada em qualidade médica e inovação, resulta uma empresa com os melhores recursos humanos e tecnológicos para os seus clientes.
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