Com o Carnaval se aproximando (neste ano, será em 4 de março), os preparativos para a mais tradicional celebração brasileira já estão a todo vapor. Escolas de samba em todo o país finalizam os últimos detalhes para os desfiles, a programação dos blocos de rua já está definida e os foliões planejam suas fantasias. Mas, além da diversão, é preciso atenção aos cuidados com a saúde, especialmente com os ombros, que costumam ser muito demandados ao longo da celebração, seja pelas movimentações das coreografias, seja pelo peso de adereços carnavalescos.
No ano passado, a apresentadora Sabrina Sato, que desfilou como rainha de bateria na Vila Isabel, no Rio de Janeiro, e na Gaviões da Fiel, em São Paulo, compartilhou em suas redes sociais as lesões sofridas nos ombros e quadris ao carregar fantasias que, somadas, pesavam mais de 60 kg. Outro caso que ganhou destaque foi o da cantora e dançarina Lore Improta, musa da Viradouro, que sofreu com dores e machucados nos ombros devido ao peso do costeiro de sua fantasia.
“O excesso de peso pode sobrecarregar os ombros, causando dores e aumentando o risco de lesões, como tendinites e bursites. Além disso, pode levar a espasmos e enrijecimento do músculo trapézio, que fica acima dos ombros, e afetar outros músculos que se estendem até a base do pescoço. Isso pode deixar a região bastante dolorida e rígida, comprometendo a mobilidade e o bem-estar durante e após o Carnaval “, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC), Dr. Marcelo Costa de Oliveira Campos.
O médico lembra que, quando o peso não é distribuído corretamente, ele sobrecarrega principalmente os ombros, que precisam sustentar toda a fantasia durante o desfile ou a festa.
“Uma outra questão é que se a fantasia não for bem ajustada ao corpo, ela pode forçar os ombros a ficarem em posições desconfortáveis por longos períodos, o que prejudica a postura. O ajuste inadequado pode causar fricção ou pressão excessiva em pontos específicos, levando a lesões na pele ou músculos, como irritações ou até lesões musculares”, fala.
Os movimentos restritos causados pelas fantasias são mais um fator de atenção. “Algumas fantasias podem limitar os movimentos dos braços e ombros, fazendo com que a pessoa precise forçar mais os músculos para dançar ou realizar os movimentos de forma fluida. Isso pode resultar em tensão excessiva e dor. Se os ombros não tiverem liberdade de movimento suficiente, os músculos podem se sobrecarregar”, diz.
O presidente da SBCOC ressalta que é fundamental que as pessoas se preparem fisicamente para carregar fantasias pesadas, fortalecendo a musculatura e alongando o corpo. Além disso, é importante que os trajes sejam ajustados de forma ergonômica, distribuindo o peso de maneira equilibrada para evitar sobrecarga em áreas específicas, como ombros.
Dança e multidão
As coreografias de Carnaval também devem ser consideradas, já que, muitas vezes, envolvem movimentos intensos e repetitivos dos braços e ombros. “Isso pode gerar tensão nos músculos e articulações, especialmente se os foliões não mantiverem uma boa postura ou fizerem os movimentos de forma inadequada. O esforço contínuo sem descanso também pode resultar em lesões nos músculos do ombro ou até mesmo lesões mais sérias, como distensões e luxações”, pontua.
Nos blocos de rua, onde a aglomeração é grande e o empurra-empurra é comum, o risco é de acidentes. “O impacto de uma queda ou o choque contra outras pessoas pode provocar luxações nas articulações e até fraturas”, fala.
Para quem vai curtir o Carnaval, seja desfilando em escolas de samba ou brincando nos blocos de rua, a recomendação é priorizar o conforto e a segurança. “Opte por fantasias mais leves, evite esforços excessivos e alongue o corpo antes e depois da folia. Dançar por horas seguidas, carregar mochilas ou bolsas pesadas e levantar amigos nos ombros para ver os blocos são ações comuns durante a festa, mas pode fazer com que a diversão acabe antes da Quarta-feira de Cinzas. Então, cuide da saúde e ótima diversão”, conclui.
Sobre a Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo
A Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo é uma associação científica de âmbito nacional, sem fins lucrativos, constituída por médicos interessados no estudo das afecções ortopédico-traumáticas das articulações do ombro e cotovelo.
Com 36 anos de existência, a SBCOC atua no incentivo e aperfeiçoamento e difusão dos estudos, conhecimentos, pesquisas e prática de cirurgia de ombro e cotovelo, provendo condições de atualização permanente dos médicos por meio de ensino, pesquisa e educação continuada.
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VIVIANE SOARES BUCCI
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