O número de casos prováveis de dengue no Brasil segue em crescimento. Segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgado pelo Ministério da Saúde, o país registrou 688.461 mil casos prováveis da doença em 2024. A taxa de incidência da doença é 339,0 casos para cada 100 mil habitantes.
Também foram registradas 122 mortes pela doença e 456 estão sob investigação. Conforme a pasta, a incidência de casos é maior no Distrito Federal, Minas Gerais, Acre, Goiás e no Paraná. Estados que já decretaram situação de emergência pela dengue.
Em número de casos prováveis, Minas Gerais lidera com 232.683. Em seguida aparece São Paulo (117.571), Distrito Federal (80.979), Paraná (72.526) e Rio de Janeiro (51.532).
Na avaliação do médico infectologista Julival Ribeiro, as mudanças climáticas podem ter influenciado o aumento de casos de dengue no Brasil.
“O aumento do número de casos de dengue ocorre normalmente durante o verão. Porque além das chuvas, nós temos também altas temperaturas, o que favorece o mosquito da dengue. Além do que, devido às alterações climáticas, o mosquito da dengue está se reproduzindo em menor tempo. Era muito importante também ter feito campanhas educativas para a população, sobretudo dizendo o que pode se tornar criadouros do mosquito”, diz.
Sinais e Cuidados
De acordo com o infectologista, os sinais mais comuns da dengue são: febre alta, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. A infecção por dengue também pode ser assintomática (sem sintomas) ou apresentar quadros leves.
No entanto, em casos de suspeita de dengue, o especialista aconselha a buscar atendimento médico.
“É importante salientar que algumas pessoas com dengue podem evoluir para a forma mais grave da doença. Alguns dos sintomas e sinais são: dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento, principalmente nariz e gengivas. Portanto, é muito importante que as pessoas, mesmo tendo dengue inicialmente leve, fiquem atentas a alguns sinais que podem indicar gravidade. Uma vez suspeitando de dengue, é muito importante se dirigir a uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico e receber todas as orientações”, destaca.
A dona de casa Andrea Pereira da Silva, de 39 anos, do Paraná, conta como reagiu aos sintomas quando teve dengue. “Os sintomas são horríveis. Primeiro eu senti uma febre muito alta, eu tremia de febre. Enjoo, nada parava no estômago. A princípio não vomitava muito, mas era muita febre, mal-estar. Fui para o UPA, onde eles fizeram o teste do laço e deu positivo para a dengue”, relata.
Vacinação e Prevenção
Segundo o infectologista, a melhor estratégia para prevenir a dengue é evitar a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.
“Uma delas é evitar proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar criadouros, como vasos de plantas, garrafas plásticas, piscinas sem uso e até mesmo recipientes. Essa é uma estratégia excelente se evitar a proliferação do mosquito. E agora já tem disponível no Brasil a vacina. Vale salientar que não é necessário fazer teste para saber se a pessoa já teve dengue para fazer uso dessa vacina que está disponível agora conhecida como Qdenga”, completa.
A vacinação contra a dengue já iniciou no Distrito Federal, em Goiás e também nas capitais: Campo Grande (MS), Salvador (BA), São Luís (MA), Rio Branco (AC), em Natal (RN) , João Pessoa (PB), e em cidades de São Paulo. Em Manaus a vacinação inicia na quinta-feira (22).
Na primeira etapa, serão vacinadas crianças de 10 e 11 anos. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. A remessa atende a 60% do total de 521 municípios selecionados. A previsão é que as demais cidades recebam as doses até a primeira quinzena de março.