O Estado de São Paulo registrou crescimento no número de transplantes de órgãos realizados nos primeiros três meses de 2025, de acordo com dados da Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde. O levantamento aponta aumento em praticamente todos os tipos de procedimentos, com destaque para o transplante de pâncreas, que passou de 11 para 26 intervenções, uma alta de 136% em relação ao mesmo período de 2024.
Também foram registrados aumentos nos transplantes de coração, que subiram 34% (de 32 para 43), de rim, com crescimento de 16% (de 329 para 406), de pulmão, com 12% a mais (de 25 para 28), e de fígado, que tiveram elevação de 9% (de 127 para 139)
Para o Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), os números de São Paulo representam um avanço importante, mas o cenário nacional ainda exige atenção. “O crescimento registrado no estado é bastante positivo, mas, em todo o Brasil, os índices de doação ainda estão aquém do necessário. Como dependemos 100% de doações, é fundamental fortalecer, cada vez mais, a cultura da doação no país. Esse movimento é essencial para ampliar o número de transplantes efetivos. Um único doador falecido, por exemplo, pode beneficiar até dez pessoas que aguardam na fila”, destaca.
E como funciona a fila de espera?
Quando um paciente precisa de um transplante, é comum surgirem dúvidas sobre como funciona a fila de espera. Segundo o membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Dr Lucas Nacif, o processo é nacional, rigoroso e segue critérios técnicos bem definidos.
“A lista é única, séria e, acima de tudo, criteriosa. Ela reúne todos os pacientes que aguardam um transplante, independentemente de estarem em hospitais públicos ou privados, com ou sem convênio. A ordem de prioridade é determinada por fatores como gravidade da doença, tempo de espera, tipo de órgão necessário e compatibilidade. Muitas vezes, quem parece ‘passar na frente’ está, na verdade, em situação clínica mais grave”, explica o especialista.
E a doação em vida?
A doação em vida também é possível e ocorre em casos específicos, como a doação de órgãos duplos principalmente rins ou de parte do fígado e pulmão. A doação de medula óssea é outra alternativa bastante comum.
Para ser um doador em vida, a pessoa precisa estar em perfeito estado de saúde, já que o procedimento não pode colocar sua integridade física em risco. “Todo doador passa por uma avaliação completa para garantir que a doação será segura tanto para ele quanto para o receptor”, reforça Nacif.
Como manifestar o desejo de ser doador
No caso da doação após a morte, é fundamental que a pessoa manifeste sua vontade em vida, principalmente aos familiares, já que são eles os responsáveis por autorizar o procedimento.
Além disso, ele explica que a avaliação do potencial doador é feita por equipes especializadas, considerando diversos critérios técnicos. “Pacientes internados há até sete dias, por exemplo, são considerados ideais para a doação. Mas isso não significa que casos além desse prazo sejam descartados. Cada situação é analisada individualmente. E fatores como idade avançada, histórico de tabagismo, uso de drogas ou consumo excessivo de álcool podem ser limitadores”, finaliza Dr. Lucas Nacif.
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GIOVANNA ALMEIDA DE ARAÚJO
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