Em um cenário de sobrecarga emocional e física, que muitas mães enfrentam no dia a dia, o autocuidado se torna um desafio constante. Com a pressão de serem “a mãe perfeita”, muitas mulheres acabam colocando suas próprias necessidades em segundo plano, acreditando que se cuidar é um ato egoísta. No entanto, segundo a psicóloga Karine Brock, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), essa ideia está totalmente equivocada. “O autocuidado é uma necessidade, não um luxo”, explica ela.
A profissional destaca que, assim como nos aviões, onde as instruções de segurança orientam os passageiros a colocarem a máscara de oxigênio em si mesmos antes de ajudar os outros, a mesma lógica se aplica na maternidade. “Se você não se cuida, como pode cuidar de quem está ao seu redor?”, questiona a psicóloga.
A metáfora do oxigênio é poderosa: se uma mãe se anula completamente, ela não tem recursos emocionais suficientes para lidar com as demandas do dia a dia. O estresse e a sobrecarga acabam gerando um ambiente tenso, afetando não só ela, mas também seus filhos e sua família.
No contexto da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a especialista explica que o autocuidado deve ser visto como uma ferramenta essencial, e não como uma recompensa para quando tudo estiver resolvido. Ela destaca que cuidar de si não é egoísmo, ao contrário, é sim uma estratégia para lidar melhor com o estresse, as exigências do cotidiano e, sobretudo, para ser um melhor suporte para quem está ao seu redor.
Para as mães que sentem dificuldades em começar, Karine Brock sugere começar com pequenas ações, dentro das possibilidades do seu dia. “O segredo é começar pequeno, sem se cobrar perfeição. O autocuidado pode ser tão simples quanto tomar um café com calma, ouvir uma música relaxante ou caminhar por cinco minutos. O importante é dar o primeiro passo, não esperar a motivação para agir”, aconselha.
De acordo com a especialista, é fundamental que as mães reavaliem suas crenças sobre a maternidade e o autocuidado, afastando a ideia de que cuidar de si mesmas é egoísta. Na TCC, a ação vem antes da motivação. Ou seja, mesmo sem vontade ou tempo sobrando, as mães devem agir, pois isso reforça a percepção de que elas merecem esse cuidado e fortalece sua saúde emocional.
Outro ponto abordado por Karine Brock é a importância da rede de apoio. Sem apoio emocional e prático, muitas mães acabam se isolando e sobrecarregadas. “Uma rede de apoio bem estruturada ajuda a diminuir o estresse, fortalecer a mãe em seu papel, permitindo-lhe espaço para se cuidar e o equilíbrio no ambiente familiar”, explica.
Cuidar de si mesma não é uma premiação, mas sim um recurso que ajuda as mães a lidarem com as exigências diárias de uma maneira mais saudável e equilibrada. No mês das mães, Karine reforça que o melhor presente que uma mãe pode dar a si mesma é a consciência de que, ao se cuidar, ela está fortalecendo sua capacidade de cuidar de sua família.
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AMANDA MARIA SILVEIRA
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