Comum em casas dos brasileiros e em muitos restaurantes e lanchonetes do Brasil, o reaproveitamento constante de óleo de cozinha pode causar danos que vão além do sabor dos alimentos e chega na saúde cerebral das pessoas.
A descoberta foi apresentada no Discover BMB 2024, encontro anual da American Society of Biochemistry and Molecular Biology, e publicada no Journal of Biological Chemistry. O estudo mostrou que ratos que foram submetidos a dietas com óleos de cozinha reaquecidos exibiram níveis significativamente mais elevados de neurodegeneração em comparação com ratos que consumiram uma dieta padrão.
“Como resultado, o metabolismo lipídico do fígado foi significativamente alterado e o transporte do importante ácido graxo ômega-3 do cérebro, DHA, foi diminuído. Isso, por sua vez, resultou em neurodegeneração” afirma Sugasini Dhavamani, pesquisador colaborador da Universidade de Illinois em Chicago.
O reaproveitamento excessivo de óleo traz consequencias para o sabor dos alimentos e é extremamente perigoso para os seres humanos, mas se engana quem pensa que o restaurante ou a dona de casa de recicla o óleo está a salvo. Há os chamados “piratas do óleo”, empresas clandestinas que passam recolhendo o óleo sem as certificações necessários e não fazem o trabalho correto:
“Infelizmente muitas dessas empresas apenas pegam o óleo que acabaram de receber, filtram para retirar impurezas sólidas e o vendem para outros bares e restaurantes que são atraídos pelos preços mais baixos. Isso é extremamente perigoso já que se trata de um óleo usado muitas vezes e que será ainda mais utilizado” conta Vitor Dalcin, Diretor da Ambiental Santos, única empresa de reciclagem de óleo vegetal com estação de efluentes no Paraná.
Dalcin orienta que tanto os proprietários de bares e restaurantes, quanto as donas de casa procurem reciclar o óleo com empresas certificadas pelos órgãos competentes e que também tenham transporte adequado:
“Nesse jogo do óleo vegetal, quem perde é sempre o consumidor que pode acabar consumindo em um restaurante o próprio óleo que achou ter descartado, mas que, na verdade, agora está fazendo mal para a sua saúde” finaliza.
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EDINEY GIORDANI SPELIER
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