O número estimado de novos casos de câncer de mama no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610, correspondendo a um risco estimado de 66,54 casos novos a cada 100 mil mulheres, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Mesmo com esses números alarmantes, muitas mulheres deixam de realizar seus exames de mamografia por medo da compressão. Embora seja inegável que esse exame pode ser desconfortável para a maioria, é fundamental reconhecer a sua importância. Depois dos tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminino é o mais incidente no país, afetando todas as regiões. O maior risco está na Região Sudeste, com 84,46 casos por 100 mil mulheres, seguido pela Região Sul (71,44), Centro-Oeste (57,28), Nordeste (52,20) e Norte (24,99). Diante desses dados, vale a pena questionar se esses números estão subnotificados, especialmente considerando que as regiões com maior prevalência de câncer de mama têm melhor acesso à mamografia. Onde mais mulheres realizam os exames, mais casos são diagnosticados precocemente, resultando em melhores prognósticos.
Mas por que a mamografia pode ser tão desconfortável? Em minha experiência realizando exames de mama, percebi que muitas pacientes se queixavam de medo, enquanto outras, o realizavam sem maiores incômodos. A sensibilidade à compressão está relacionada a fatores como densidade mamária, histórico de amamentação, idade (pacientes mais jovens costumam relatar maior desconforto) e fase do ciclo menstrual.
Considerando essas variações de sensibilidade, é possível tornar o exame mais confortável. Algumas dicas úteis incluem evitar agendar o exame durante o período menstrual, tentar relaxar a musculatura da região peitoral e dos ombros antes do procedimento e buscar orientação médica caso suas mamas sejam muito sensíveis. Existem medicações, como a vitamina E, que podem trazer benefícios, mas é fundamental evitar a automedicação. Sempre consulte seu médico para garantir a sua segurança e a adequação às suas necessidades.
A compressão é uma etapa chave da mamografia. Apesar dos avanços na medicina, ela permanece necessária, pois diminui a espessura da mama, espalha as estruturas internas e evita sobreposições que podem mascarar lesões. Além disso, a compressão reduz a dose de radiação recebida e evita movimentos durante a exposição, diminuindo a necessidade de repetição do exame. Assim, é preferível suportar alguns segundos de compressão e realizar o exame corretamente, do que arriscar um diagnóstico incorreto.
Frequentemente, submetemo-nos a tratamentos estéticos dolorosos, como depilação, mas relutamos em enfrentar a compressão de um exame tão crucial para a nossa saúde, que dura apenas alguns segundos. É importante refletir sobre isso.
Vale lembrar que a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem recomendam que a mamografia seja realizada anualmente a partir dos 40 anos. Realizar esse exame é um ato de preservação da vida e de amor próprio. Cuide-se!
*Evelyn Rosa de Oliveira é tecnóloga em Radiologia, mestre em Engenharia Biomédica. Professora e tutora do Curso de Tecnologia em Radiologia na UNINTER
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
julia@nqm.com.br