Neste ano, no dia 21 de setembro, celebramos o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, uma data importante para destacar o papel essencial da doação no tratamento de doenças graves como linfoma, leucemia e mieloma. Marca o movimento de conscientização sobre a importância da cultura de doação e ajuda a desmistificar informações sobre esse ato que pode salvar vidas.
A doação de medula óssea é crucial para pacientes que necessitam de transplantes para combater doenças hematológicas que afetam a produção de células sanguíneas. A medula óssea saudável, que é responsável pela produção de células sanguíneas, pode ser a única chance de cura para muitos desses pacientes.
Cada doador em potencial tem a chance de ser compatível com alguém que precisa urgentemente de um transplante. Embora o processo de doação possa parecer complexo, ele é relativamente simples e seguro. “A doação de medula óssea é considerada segura. Os riscos são mínimos e os efeitos colaterais são geralmente leves e transitórios. Os procedimentos são realizados com cuidado para garantir a segurança do doador”, afirma a Dra. Camila Gonzaga, hematologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS).
A inscrição como doador é feita através de um registro nacional, realizado em um Banco de Sangue – é possível verificar no site do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) os postos disponíveis. Para o cadastramento, é necessário apresentar um documento original de identidade e preencher um formulário com informações pessoais. Além disso, será necessária a coleta de uma amostra de sangue para testes de tipificação HLA – fundamental para averiguar a compatibilidade do transplante. “Mesmo que você não seja compatível agora, pode se tornar um potencial doador no futuro. A diversidade de doadores aumenta a chance de encontrar um match para os pacientes”, afirma a Dra. Camila.
Como é feita a doação
A doação de medula óssea pode ser feita de duas formas: por aspiração da medula ou por coleta de células-tronco do sangue periférico (forma menos invasiva que envolve uma simples coleta de sangue).
Uma vez coletadas, as células são cuidadosamente analisadas e armazenadas até o momento do transplante. Durante o transplante, o material coletado é infundido no paciente por via intravenosa, similar a uma transfusão de sangue. As células saudáveis viajam através da corrente sanguínea até a medula óssea do paciente, onde começam a produzir novas células sanguíneas saudáveis, substituindo as células doentes e ajudando na recuperação do paciente.
Passo a passo até a doação
Cadastro e coleta: O primeiro passo é o doador procurar um Banco de Sangue para preencher uma ficha. Neste momento também é feita a doação de uma amostra de sangue.
Análise: O sangue coletado passa por um exame de histocompatibilidade e já é feito o cadastro no REDOME (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea).
Procura por compatibilidade: O sistema procura algum paciente que possa ter a medula compatível.
Coleta: Com a compatibilidade assegurada, é feita a coleta.
Transplante: O paciente com compatibilidade recebe o material por via intravenosa.
“A compatibilidade de medula óssea é altamente específica e depende da diversidade genética. Aumentar a diversidade de doadores registrados é muito importante. No geral, a chave para aumentar o número de doadores é a educação e a criação de uma cultura de solidariedade e conscientização sobre a importância da doação de medula óssea”, enfatiza a especialista do IOS.
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Juliana Moreno Rosa Martins
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