De acordo com uma análise do jornal Folha de São Paulo, com base na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS, pela primeira vez na história os índices de ansiedade nas crianças superam os dos adultos. De acordo com a terapeuta Priscila Tissi, é importante, antes de tudo, analisar o comportamento dessas crianças. Muitas delas acabam repetindo os sintomas de ansiedade se espelhando nos adultos de seu convívio e, por isso, segundo ela, é importante olhar caso a caso.
A terapeuta, que é especializada em homeopatia, explica que a oficina das emoções, baseada na disciplina positiva, que nasceu na década de 80 nos Estados Unidos e vem sendo bastante utilizada hoje, no Brasil, atua para que as crianças entendam melhor seus próprios sentimentos, emoções e reações. “Muitas vezes, a criança sente fome, raiva, cansaço ou até sono e fala que está com ansiedade, então é muito importante a criança desvincular o que ela vê e escuta um adulto reproduzindo sobre as emoções dele para não se espelhar e entender suas próprias emoções”, alerta.
Priscila conta que Isso faz parte do desenvolvimento e que essa preocupação da criança entender e falar o que sente faz com que criemos adultos emocionalmente mais saudáveis, que conseguem se entender e se comunicar melhor.
A profissional começou a atuar com a oficina das emoções após fazer alguns cursos, dentre eles na área da antroposofia e do cuidado com pré-adolescentes. Além disso, participou de um curso de formação de facilitação da técnica com uma psicóloga de Belo Horizonte e se capacitou na educação parental baseada na neurociência e em vários temas afins. “Já passou a época onde simplesmente uma criança tem alguma questão e a gente manda ir para o quarto, é hora validarmos as emoções das crianças, mas para isso primeiro é importante ter um adulto emocionalmente saudável à frente do processo. Também é importante que essa criança possa entender e verbalizar o que sente e o que precisa”, diz.
Priscila Tissi é co-autora no livro ‘Código das Emoções’, que tem mais de 30 capítulos e cada um deles escrito por um profissional diferente – psicólogos, neurologistas, pediatras, professores. Em seu capítulo, a especialista aborda, sobretudo, o amor, o quanto que é importante a gente identificar a linguagem de amor predominante na criança. “Dentro do núcleo familiar, marido, esposa e filhos, existe uma linguagem de amor, que pode ser o toque, por exemplo. Já no trabalho, a linguagem de amor pode ser ato de serviço, então, para mim, essa linguagem não é universal para qualquer lugar, em qualquer ambiente, com qualquer grupo de pessoas. Mas, é importante eu entender a minha linguagem de amor, que eu tenho para receber, porque assim eu consigo identificar no outro”, esclarece.
Para ela, o importante é uma criança se sentir amada, porque quanto mais ela se sente amada, principalmente dentro de casa, mais ela se sente segura. Quanto mais ela se sente segura, mais ela vai crescer emocionalmente saudável, acreditando que ela é capaz de fazer qualquer coisa. “Então, minha intenção no capítulo do livro e nas oficinas que ministro é trazer os desafios da vida atual, onde a maioria dos núcleos familiares é composta por dois adultos, que saem de casa para trabalhar e as crianças passam mais tempo na escola ou com terceiros do que com o próprio pai e mãe. O que importa nesse momento é validar as emoções dessas crianças e quanto mais elas se sentem amadas nesse núcleo familiar, ainda que seja com tempo reduzido, mais benefícios terão”, conclui Priscila.
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AMANDA MARIA SILVEIRA
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