Este Agosto marca o mês da superdotação, um período de conscientização sobre as necessidades e o potencial de crianças e adultos com altas habilidades. Celebrado anualmente em 10 de agosto, o Dia Internacional da Superdotação oferece uma oportunidade para reconhecer e valorizar o potencial excepcional desses indivíduos em todo o mundo. A data, instituída em 2011 pelo World Council for Gifted and Talented Children (WCGTC), visa destacar a importância da identificação antecipada e do suporte contínuo para que superdotados possam desenvolver plenamente suas capacidades e contribuir de forma significativa para a sociedade.
Jean Alessandro, psicólogo especializado em Altas Habilidades e Superdotação e diretor clínico da Clínica Neurodivergentes, reforça a necessidade de ambientes que fomentem o crescimento e desenvolvimento dos superdotados. “O reconhecimento e o apoio adequado são fundamentais para evitar problemas emocionais e sociais, além de garantir que essas pessoas possam explorar todo o seu potencial”, afirma Jean.
Apesar de ser frequentemente mencionado que cerca de 5% da população mundial possui superdotação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não reconhece esse dado oficialmente e não possui estimativas precisas sobre o percentual de superdotados. Essa falha na identificação e mapeamento é apenas um dos desafios enfrentados por essa população.
Jean Alessandro chama a atenção para a importância de um diagnóstico bem conduzido, ressaltando que, assim como no caso do TDAH e do autismo, a identificação de traços de superdotação deve ser o primeiro passo. “Temos muitos diagnósticos de TDAH no Brasil, mas não sabemos ao certo quantos estão corretos. O que falta, especialmente na área de superdotação, é o reconhecimento dos sinais iniciais. Muitos acreditam que apenas um teste neuropsicológico pode identificar altas habilidades, mas isso é apenas a segunda fase do diagnóstico. Precisamos começar com o rastreio, identificando os traços dessa condição, para então proceder com avaliações mais específicas.”
Jean enfatiza que tanto os profissionais de saúde mental quanto os educadores devem estar atentos aos sinais de superdotação para identificar esses indivíduos antes que cheguem à fase dos testes. “Sem o conhecimento adequado sobre os traços de superdotação, muitos passam despercebidos e nunca chegam a ser adequadamente avaliados”, alerta Jean. “Também é responsabilidade dos pais reconhecerem esses sinais iniciais para encaminhar a um profissional competente. A disseminação desse conhecimento é essencial para que esses indivíduos não passem despercebidos.”
Muitos superdotados também encontram dificuldades no sistema educacional convencional, que frequentemente adota uma abordagem mecanicista, desconsiderando seus interesses e a necessidade de um aprendizado mais flexível. “O sistema tradicional impõe conteúdos de forma rígida, sem dar espaço para que a criança manifeste seus interesses e desenvolva sua personalidade ao aprender. Isso pode resultar em desinteresse, tédio e até mesmo diagnósticos incorretos, como déficit de atenção ou desordens comportamentais”, explica Jean Alessandro.
Jean ainda destaca que a identificação de crianças superdotadas é essencial para fornecer o suporte adequado. “Essas crianças geralmente demonstram um alto nível de curiosidade, aprendizado rápido, vocabulário avançado e uma intensidade emocional profunda. Reconhecer esses sinais e oferecer um ambiente que estimule seus interesses é crucial para o desenvolvimento saudável”, completa Jean.
Ele também alerta para os desafios emocionais enfrentados pelos superdotados, como o perfeccionismo excessivo e a dificuldade em lidar com a frustração. “Muitos superdotados sentem que não conseguem controlar sua própria motivação e comportamento, o que pode levar a tédio e desistência em diversas áreas da vida, desde atividades escolares até empregos e cursos superiores”, destaca Jean.
Para garantir que mais profissionais estejam preparados para atender as necessidades dos superdotados, Jean lançou uma formação completa e uma pós-graduação em Altas Habilidades e Superdotação. Esses programas têm como objetivo capacitar educadores e psicólogos a reconhecer e apoiar superdotados de maneira eficaz, enfrentando os desafios de conteúdo e metodologia de forma prática e acessível.
Além disso, Jean utiliza suas plataformas digitais, onde conta com mais de 180 mil seguidores, para disseminar conhecimento e sensibilizar o público sobre Altas Habilidades e Superdotação. Ele enfatiza: “Promover a acessibilidade ao conhecimento é fundamental para uma sociedade mais inclusiva e informada.”
Jean Alessandro convida todos a refletirem neste Dia Internacional da Superdotação sobre a importância de reconhecer e apoiar superdotados em todas as etapas da vida. “Ao proporcionar o ambiente correto e o suporte necessário, podemos não apenas ajudar essas pessoas a florescer, mas também beneficiar a sociedade como um todo, aproveitando ao máximo o talento e a criatividade que os superdotados têm a oferecer”, conclui Jean.
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LILIANE SILVA SANTOS
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