Em pesquisa da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo com 2.764 entrevistados na capital paulista e em cidades do interior, 31% das pessoas não mencionaram o colesterol (LDL) como fator danoso ao coração, apenas 11% citaram de forma isolada e 58% apontaram o colesterol, juntamente com a má alimentação, inatividade física, obesidade, tabagismo, diabetes, hipertensão e distúrbios do sono como fatores que podem provocar um infarto ou AVC.
Estima-se que 50% dos infartos seriam evitados se os níveis de colesterol estivessem dentro dos parâmetros. No Brasil, quatro em cada 10 adultos têm colesterol alterado. “Apesar de contarmos com meios de monitoramento eficazes para o LDL, existe muito desconhecimento sobre a gravidade que o descontrole representa ao sistema cardiovascular”, alerta a presidente da SOCESP e uma das maiores estudiosas do país no assunto, Maria Cristina Izar.
A mesma pesquisa contatou que apenas metade dos consultados havia feito teste de colesterol no ano vigente; 67% tinham pesquisado há mais de um ano e 17% nunca realizaram o controle. “Independentemente do LDL (também chamado de ‘colesterol ruim’) estar ótimo ou bom (abaixo de 100 mg/dL e entre 100 a 129 mg/dL, respectivamente); entre 130 a 159 mg/dL (limítrofe); 160 a 189 mg/dL (alto) ou mesmo acima de 190 mg/dL (muito alto), o exame revela se a saúde de uma pessoa está no caminho certo, se é necessário iniciar um tratamento com medicamentos ou apenas fazer mudanças na rotina alimentar”, orienta a cardiologista que completa: “o exame deve ser feito, pela primeira vez, em crianças a partir dos 10 anos e para aquelas com fatores de risco cardiovascular na família, a primeira dosagem precisa ser antes dos 2 anos”.
Alimentação
As medidas preventivas para permanecer com o colesterol em níveis aceitáveis incluem alimentação saudável e atividade física regular. “O consumo restrito de certos produtos – como carnes gordas, gorduras trans (contidas na maioria dos industrializados), frituras e queijos amarelos, por exemplo – pode ser o diferencial entre ter o colesterol ok ou não”, esclarece a coordenadora científica do Departamento de Nutrição da SOCESP, Valéria Machado.
Pela pesquisa da SOCESP fica claro que a população não segue essas recomendações. Somente 13% apontaram isoladamente que a comida influencia o coração. Além disso, 90% declararam a ingestão de ovos e carnes regularmente, 67% de leites e derivados, 64% de açúcar e 65% de óleos e gorduras. A má notícia é que nesses grupos estão os inimigos do bom colesterol. Em contrapartida, os saudáveis, que ajudam a manter o colesterol nos eixos, não têm o protagonismo merecido: 31% não comem hortaliças, 24% não consomem frutas e 27% não colocam legumes no cardápio. “Carnes magras, como peixes com alto teor de ômega 3 (cavalinha, arenque, atum, salmão e truta); azeite; farinha e farelo de aveia e demais ricos em fibras são recomendáveis nas refeições diariamente”, completa a nutricionista.
Ainda de acordo com a pesquisa SOCESP, 37% não se exercitam e outros 37% praticam, no máximo, duas vezes por semana. Só 26% têm rotina de, pelo menos, quatro treinos semanais, o que seria recomendável. Durante todo o mês de agosto, a SOCESP promove uma campanha de conscientização com entrevistas, podcasts e postagens em suas redes sociais e site. O trabalho visa solucionar dúvidas e estimular o devido cuidado com o LDL.
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JOSE ROBERTO LUCHETTI
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