O GP do Catar de 2023 da Fórmula 1 levou os pilotos ao extremo. Realizado no circuito de Losail, ao norte de Doha, capital do Catar, o grande prêmio deste ano foi realizado em um final de semana com temperaturas superiores a 40°C. Mesmo ocorrendo à noite e com iluminação artificial, a temperatura no momento da corrida era de 31°C.
A combinação de calor, alta umidade e pista muito física fez com que diversos pilotos passassem mal. Isso é bastante complicado. Ainda mais para os pilotos que utilizam macacão à prova de fogo, capacete e outros equipamentos de proteção.
Para se ter uma ideia, o americano Logan Sargeant abandonou a prova com sinais de desidratação e o francês Esteban Ocon vomitou no próprio capacete durante a prova.
“Já esperávamos por isso, mas esse fim de semana foi quente demais para pilotar. Se continuarmos voltando aqui, essa corrida precisa ser mais para o fim do ano. Estava beirando 40°C lá fora. Foi bem extremo. Muitos pilotos com os quais eu falei depois do pódio estavam deitados no chão por aí”, afirmou o holandês Max Verstappen, vencedor da prova.
Casos de desidratação e mal-estar marcaram a prova
Quase todos os pilotos enfrentaram situações de desidratação durante a prova. O caso mais grave foi o de Logan Sargeant, que abandonou a disputa com sintomas de desidratação severa e forte gripe.
Alex Albon, Lance Stroll e Kevin Magnussen tiveram dificuldades para sair do carro após a corrida, necessitando serem ajudados pelos mecânicos. Lance Stroll, inclusive, precisou ser retirado de ambulância e foi levado ao centro médico, assim como Albon.
“Essas temperaturas… tudo ficava borrado, nas curvas de alta velocidade estávamos quase desmaiando. A pressão ficando baixa. Com a força G nas curvas de alta, nas últimas 20 voltas já não dava para enxergar mais nada, porque era como se perdêssemos a consciência nesses trechos”, afirmou Stroll à SkySports após o GP.
Outro caso de desidratação foi o de Esteban Ocon, que afirmou ter acionado o rádio da equipe para avisar que vomitou dentro do próprio capacete nas voltas 15 e 16. Ocon foi mais um dos pilotos que precisaram de atendimento para se hidratar após o grande prêmio.
Em entrevista, Norris confirmou que alguns pilotos desmaiaram no centro médico e que estar exposto a essa temperatura para pilotar não é algo normal para o corpo humano. Ele também ressaltou que ficou com a visão borrada e que os pilotos chegaram ao limite físico durante a corrida.
Calor incessante no Catar chamou a atenção
Realizado em outubro, o GP do Catar chamou a atenção pelo forte calor no final de semana da prova. No período do outono, as temperaturas médias chegam a 35°C durante o dia e 26°C à noite. Apesar de não parecer tão calor, a alta umidade da região ajudou a aumentar a sensação térmica, também potencializada pelo esforço físico realizado pelos pilotos durante a prova.
No ano passado, o GP do Catar foi realizado no fim de novembro, junto com a Copa do Mundo de 2022, e nesta época as temperaturas estão um pouco mais amenas. No geral, os pilotos encontram mais dificuldades com o calor em países asiáticos e do Oriente Médio, como Catar, Singapura e Malásia.
A FIA, organização responsável pelo campeonato da F1, declarou que “embora sejam atletas de elite, não se deve esperar que compitam em condições que possam pôr em risco a sua saúde ou segurança”. A organização prometeu avaliar e traçar novas estratégias para GPs em áreas de maior calor, como Catar e Singapura.
Nas próximas quatro etapas do mundial, a F1 volta à América Latina, passando por Estados Unidos, México e Brasil. A competição retornou ao Oriente Médio no final do ano para a última edição no circuito de Yas Marina para o GP de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.