Durante o ano, são capturadas cerca de 45 mil aranhas-marrons em regiões do Paraná e Santa Catarina. Esse trabalho viabiliza a produção de até 15 mil ampolas antiveneno, quantidade suficiente para o tratamento de 1.800 a 3.600 vítimas da picada da aranha. Os dados são da Secretaria de Saúde do Paraná.
Na primeira quinzena de julho, o Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos do Paraná capturou 2.459 aranhas-marrons, 20% a mais do que o habitual, que é de 1.875 aranhas no período de duas semanas. A captura foi realizada no Norte Pioneiro, nos municípios de Cambará, Andirá e Quatiguá. Os animais são levados a laboratórios para extração do veneno e produção do soro, que vão para todas as regionais de saúde.
A bióloga Bianca Ribeiro Pizzato explica que, em caso de suspeita de picada, a pessoa deve procurar imediatamente uma unidade de saúde. “Caso seja possível, capturar a aranha é importante, levar em um recipiente, pois isso facilita a identificação da espécie e a condução do tratamento”, informa.
As picadas podem levar a estados classificados como leve, moderado e grave. A bióloga esclarece que o tratamento é feito conforme o quadro do paciente, envolvendo a limpeza e desinfecção do local e o uso de medicamentos. Somente em casos mais graves recomenda-se o soro antiaracnídeo.
Os casos graves se apresentam como lesões de pele bem características, com feridas maiores que podem causar isquemia de vasos sanguíneos e necrose no local, de quatro a cinco dias após a picada.
De acordo com os dados da Sesa, o Paraná registrou no ano passado 2.973 acidentes com aranha-marrom. Do início deste ano até 13 de julho, ocorreram 1.646 acidentes.
Entre os municípios com mais registros de acidentes no Paraná, Curitiba aparece como a líder em casos desde 2017, com mais de 6 mil notificações, seguida de Ponta Grossa, Pato Branco e Guarapuava.
Prevenção
Bianca Ribeiro Pizzato alerta para a prevenção do animal, que pode ser facilmente evitada com medidas de limpeza nas residências. “A aranha-marrom habita locais escuros, quentes e secos. Pode ser encontrada, principalmente, em armários, atrás de quadros e objetos que são poucos manuseados”, aponta.
A bióloga recomenda a limpeza com o uso de pano e aspirador de pó atrás de móveis e quadros de parede. Ela também aconselha manter a casa arejada e evitar o acúmulo de qualquer material em ambientes externos, como quintais. “As aranhas são encontradas em meio a telhas, materiais de construção e restos de madeira”, acrescenta.
Outro cuidado recomendado é colocar lâmina de borracha na parte inferior das portas e sacudir roupas e calçados antes de vesti-los. “Lembrando também que a presença de lagartixas são bem-vindas em nossas casas, uma vez que são predadoras naturais de aranhas e não nos fazem mal algum”, completa.
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